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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

TESTES DE AVALIAÇÃO: TESTES MISTOS

As técnicas de testagem de conhecimentos
A importância dos testes mistos
O teste misto poderá ser o que o melhor corresponde aos objectivos da aprendizagem a nível do Ensino Básico, no contexto da Reforma Curricular. E porquê? Porque o desenvolvimento de competências no âmbito do domínio da língua materna é tão importante que este domínio está consignado na legislação da Reforma como uma "formação transdisciplinar" (1).Assim, todos os professores do Ensino Básico têm obrigação de trabalhar, nas suas aulas, para que os alunos produzam “enunciados orais e escritos correctos” (e não apenas o professor de português...). Também, todos os professores podem e devem exprimir a sua opinião sobre o domínio da língua materna pelos seus alunos.É claro que os itens propostos no âmbito da composição não devem ser de resposta excessivamente longa, atendendo às características dos alunos no 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico.O seu número, que deverá ser reduzido, depende sobretudo dos objectivos da disciplina (2).
(1) Artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 286/89.
(2) É evidente que se, numa disciplina de Ciências, um ou dois destes itens poderão bastar, numa disciplina da área de Letras este número poderá ser nitidamente insuficiente.
Elisa Vila Nova, Avaliação dos alunos – Problemas e soluções, Texto Editora, 2001. (Adaptado)

TESTES DE AVALIAÇÃO: TIPOS DE TESTES

As técnicas de testagem de conhecimentos
Tipos de testes, provas ou fichas de aproveitamento
Em relação à aferição salientam-se os testes aferidos à norma e os testes aferidos a critérios (só este último tipo de testes interessa na perspectiva pedagógica do professor).Quanto ao grau de objectividade permitido pelo teste, este depende das características dos itens (perguntas ou questões) que o integram.Os testes objectivos ou de resposta curta caracterizam-se por incluir apenas questões em que as perguntas são fechadas, isto é, devido ao seu grau de abertura ser mínimo, conduzem a uma resposta única, limitada e esperada pelo professor. Deste modo, o aluno é solicitado a dar a resposta, que é sempre simples (curta), a ordenar (lógica ou cronologicamente) a resposta, ou a seleccionar a resposta correcta entre as opções dadas.Os testes de composição, também designados por testes de ensaio, são sempre de resposta longa, devido ao facto de as questões propostas serem abertas, o que permite ao aluno escolher ele mesmo o caminho da procura e da solução de um problema, ser original (criativo), julgar criticamente, etc., em suma, demonstrar capacidades de nível mais elevado (análise, síntese, avaliação).Nestes termos, a resposta do aluno pode ser inteiramente livre ou ser orientada, o que depende da estrutura de base do respectivo item.É evidente que o grau de objectividade é consideravelmente diminuído nestes testes, como se pode constatar, a partir da análise de vários estudos realizados sobre eles, no âmbito da Docimologia (técnicas de testagem e tratamento dos dados da avaliação).A fiabilidade é posta à prova e verifica-se que há divergências nas classificações propostas por vários avaliadores ou até pelo mesmo avaliador (neste caso, quando entre duas correcções do mesmo teste medeia um certo período de tempo) (1).Por estes motivos, considera-se que os testes de ensaio são mais ou menos subjectivos.Quando no mesmo teste estão integrados itens de resposta curta e itens de resposta longa, o teste toma a designação de teste misto (objectivo/subjectivo).
(1) É interessante sobre este assunto ver os tópicos “Desacordo entre os que corrigem as provas” e “Infidelidade no mesmo avaliador”, que constam de Avaliação Contínua e Exames, por G. de Landsheere.
Elisa Vila Nova, Avaliação dos alunos – Problemas e soluções, Texto Editora, 2001. (Adaptado)

TESTES DE AVALIAÇÃO: DESVANTAGENS E VANTAGENS

As técnicas de testagem de conhecimentos
Desvantagens e vantagens
Apresentam-se agora as desvantagens e vantagens dos testes, provas ou fichas de "papel e lápis".
DesvantagensTem-se posto grande tónica na crítica à falta de validade e de fiabilidade dos instrumentos de medida quantitativa privilegiados na avaliação psicométrica, vulgarmente designados por testes de “papel e lápis”.Neste contexto, entre as desvantagens destes testes dá-se grande relevo aos seguintes pontos:
O teste nem sempre mede o que se pretende (em função dos objectivos definidos e dos critérios de referência) — falta de validade.
O teste, geralmente, não é fiável, o que significa que, repetindo-se várias vezes a medição dos resultados (1), estes não são concordantes, devido a «erro de medição» (2) — falta de fiabilidade.Como principais fontes do erro de medição aponta-se:— a selecção dos itens específicos para o teste;— a escolha da ocasião de aplicação do teste;— a subjectividade de quem corrige e classifica o teste.
VantagensDesde que a construção dos testes seja correcta, as vantagens da sua aplicação são várias e relevantes.Os erros na elaboração e selecção dos itens constituem um dos maiores problemas da construção dos testes.Um teste, desde que bem elaborado, permite:
Obter informações objectivas (ou com menor carga subjectiva que as facultadas por outros meios de avaliação) sobre as aprendizagens dos alunos no domínio cognitivo.
Colocar os alunos perante a mesma oportunidade de evidenciarem o que aprenderam nesse domínio.
Economizar tempo lectivo (tempo precioso...) obtendo, numa aula, dados mais ou menos objectivos sobre todos os alunos.
Obter feedback mais válido e fiável sobre o ensino/aprendizagem dos conhecimentos dos alunos, tendo em vista a sua correcta regulação.
Fazer da aplicação do teste um meio de os alunos desenvolverem:— a autonomia e o sentido da responsabilidade;— a familiarização com um tipo de instrumento que irão utilizar, cada vez mais, à medida que prossigam nos estudos;— a auto-regulação da sua aprendizagem.
(1) Aplicando o teste ao mesmo aluno, noutra ocasião, ou dando o mesmo teste a corrigir a vários professores, simultaneamente, ou ao mesmo professor, depois de passado um certo período de tempo.
(2) Measurement error.
Elisa Vila Nova, Avaliação dos alunos – Problemas e soluções, Texto Editora, 2001. (Adaptado)

TESTES DE AVALIAÇÃO

As técnicas de testagem de conhecimentos
Problemática das técnicas de testagem de conhecimentos
Nenhuma técnica de avaliação é perfeita, nem mesmo as técnicas de testagem, entre as quais se encontram as que permitem um maior grau de objectividade na avaliação dos conhecimentos dos alunos.O termo “teste”, numa acepção lata, pode aplicar-se, quer a provas orais, quer a provas ou exames escritos, quer ainda a actividades práticas (de laboratório, de uso de instrumentos, etc.).Em sentido menos lato, e é este o que interessa, aplicam-se às provas, pontos ou fichas de “papel e lápis”, ou seja, a instrumentos de avaliação de conhecimentos em que existe uma série de itens a que o aluno terá de responder, para revelar o seu grau de competência face a determinados objectivos da aprendizagem.A aferição dos testes foi, durante muito tempo, predominantemente, de referência normativa. Com a evolução das Ciências Pedagógicas, passaram a ser privilegiados, nas escolas, os testes com aferição de referência criterial.Em que diferem, fundamentalmente, os “testes normativos” dos “testes criteriais”? A aferição dos testes de referência normativa apoia-se na norma — distribuição das competências/desempenhos individuais (performances) em relação a uma tarefa ou conjunto de tarefas.A aferição dos testes de referência criterial apoia-se em critérios, definidos operacionalmente, em função dos objectivos e de outras considerações pedagógicas.Ou seja, num “teste normativo” a performance individual é classificada em relação à do conjunto de alunos submetidos ao teste, resultando uma nota ou graduação numa escala ordinária. Por exemplo: num grupo de cem alunos submetidos ao teste a pontuação obtida por um deles coloca-o em 60.º lugar. É claro que o facto de estar colocado no 60.º lugar não indica o que esse aluno sabe da matéria do teste, mas apenas o lugar que ele ocupa numa “corrida” disputada por um total de cem alunos. Torna-se assim evidente que os testes aferidos à norma têm uma índole competitiva e selectiva.Como na perspectiva pedagógica actual se considera, com plena justificação, que “para ajudar o aluno importa muito menos indicar-lhe o lugar que ele ocupa em relação aos outros, do que ensinar-lhe até que ponto os seus esforços conduzem ao caminho que leva ao desejado domínio de uma aprendizagem”, os testes passaram a ser baseados em critérios centrados nos objectivos da aprendizagem, permitindo obter uma “medida” relacionada com o valor absoluto da qualidade da aprendizagem realizada (ao contrário de um teste normativo, cuja medida apenas se relaciona com um valor standard relativo...). Até há poucos anos, a aplicação de testes de aproveitamento (testes de “papel e lápis”) constituía a base da avaliação dos alunos.Hoje, essa aplicação não tem a mesma ênfase, representando apenas uma das vertentes da avaliação global do aluno, mas não deixou de ter reconhecida importância na avaliação das aprendizagens do domínio cognitivo.É preciso não esquecer que a construção de um instrumento de registo deve sempre obedecer aos princípios de economia, eficácia e funcionalidade e que, seja qual for a observação, deve utilizar-se uma forma de registo pela positiva. Observação e registo não devem ser considerados como fins, mas sim como meios de se obter informação útil para a intervenção pedagógica.
Elisa Vila Nova, Avaliação dos alunos – Problemas e soluções, Texto Editora, 2001. (Adaptado)