quarta-feira, 11 de agosto de 2010

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: ESCALAS DE CLASSIFICAÇÃO

ESCALAS DE CLASSIFICAÇÃO
As escalas de classificação integram um conjunto de características ou qualidades,
distribuídas por níveis, que se pretendem avaliar. Para serem instrumentos adequados
as escalas não devem ter muitos níveis (os quais indicam o grau de cada atributo), com
vista a facilitar o seu preenchimento em situação de sala de aula. Estes instrumentos
são particularmente indicados para registar a qualidade ou a extensão de um
comportamento.
Exposição de um trabalho

Figura 2: Escala de Classificação Numérica. Figura 3 Escala de Classificação Gráfica.

Nome: ..................................................................................
Data:.................
Turma:.......................................................
Instruções
Coloque uma cruz ao longo da linha horizontal por baixo de cada item. No espaço
para os comentários inclua elementos que clarifiquem as suas opções
1. Comportamento na sala de aula
Comentário: ..............................................................
2. Participação oral 3. Colaboração com os colegas
Figura 4 Escala de Classificação Gráfica Descritiva. (Adaptado de um trabalho realizado por um grupo de professores no âmbito de um curso de Formação.)
Dos vários tipos de escalas, numéricas (figura 2), gráficas (figura 3) e gráficas
descritivas (figura 4), estas últimas são as mais indicadas em educacão porque os
vários níveis aparecem explicitados por frases claras e concisas. Permitem, além disso,
o esclarecimento de certas opções do observador no espaço reservado aos
comentários. A caracterização de comportamentos através dos registos de incidentes
críticos poderá constituir uma ajuda importante para a construção das descrições
ultrapassando-se, deste modo, muitas das dificuldades que essa tarefa encerra.
Devido à dificuldade em definir um critério absoluto a nível das atitudes ou das
interacções, o que é possível e frequente no domínio dos conhecimentos, as escalas
destinam-se normalmente a comparar alunos em relação à mesma característica
(referência normativa). Por exemplo, muitas vezes é difícil saber se um aluno se
relaciona bem com os colegas sem compararmos os seus comportamentos com os dos
seus pares.
Com base no que foi referido é possível enumerar as seguintes sugestões para a
construção de escalas de classificação descritiva:
1. Definir os objectivos essenciais.
2. Seleccionar os comportamentos a avaliar de acordo com os objectivos
previamente definidos.
3. Definir, de forma operacional e clara, o enunciado e as descrições da escala.
4. Referir nas descrições apenas uma dimensão (optar por avaliar ou a frequência
de um comportamento ou a qualidade do mesmo).
5. Construir a escala com um mínimo de 3 pontos e um máximo de 7.
6. Admitir a possibilidade de omitir a avaliação quando não foram recolhidos
elementos suficientes.
7. Realizar, sempre que possível, a construção em equipa, uma vez que esta forma
de trabalhar reduz a subjectividade e ambiguidade dos itens.
A par das vantagens do uso das escalas de classificação é indispensável ter
presente os erros mais frequentes na sua elaboração a fim de os evitar. Ambos são, a
seguir, enumerados.
VANTAGENS
As escalas de classificação permitem:
. uma avaliação menos sujectiva sobretudo quando se utilizam as escalas
descritivas,
. a intervenção de mais avaliadores,
. observar o progresso dos alunos uma vez que se podem registar as avaliações de
forma contínua,
. a recolha de informações acerca das interacções, das atitudes, do processo ou da
qualidade dos acontecimentos.
DESVANTAGENS
. É fácil cometer os erros seguintes:
Erro de generosidade - tendência para usar apenas a parte superior da escala.
Erro de severidade - tendência para usar apenas a parte inferior da escala.
Erro central - tendência para usar apenas a parte central da escala.
Efeito de halo - acontece quando a impressão global influencia a avaliação de
características particulares.
Erro lógico - avaliar duas características partindo do pressuposto que existe uma
certa relação entre elas.
Reflectir, em equipa, sobre estes instrumentos após a sua aplicação
constitui uma forma possível de diminuir os erros inerentes ao uso dos
mesmos.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Estrela, M.T. e Estrela, A. (1978). A técnica dos incidentes críticos no ensino. Lisboa:
Editorial Estampa.
Lemos, V. (1989). O critério do sucesso. Lisboa: Texto Editora.
Lemos, V., Neves, A., Campos, C., Conceição, J. e Alaiz, V. (1992). A nova avaliação
da aprendizagem: o direito ao sucesso. Lisboa: Texto Editora.
Ribeiro, L. C. (1990). Avaliação da aprendizagem. Lisboa: Texto Editora.
Vallejo, P. M. (1979). Manual de avaliação escolar. Coimbra: Livraria Almedina.

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